quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Post extraordinario: Mais um...

E-mail recebido do ex-prof Sammy Lansky.


Olás a tod@s,
Sinto-lhes dizer que, após um semestre sem conseguir conversar com a nossa coordenadora Raquel, recebi um telegrama demissionário.
Fico pensando o que aconteceu e o que acontece com o Izabela. A falência administrativa é visível, no entanto, pensava que as relações entre as pessoas ainda poderiam significar algo. Engano meu.
Ao receber o telegrama, confesso que me senti mais um, alguém que não significa nada para a Instituição, tal como diversos amigos que foram demitidos de forma unilateral e sem explicação (Adriano, Paulo Dimas, Anamaria Murta, Carlos Alberto (Fonfon), Marilda, etc). Tudo bem, eu só estava ai há um ano e meio, mas... Vindo de uma instituição confessional ... É importante lembrar que passei no concurso para admissão como professor e nenhuma advertência ou sinal havia recebido anteriormente relativo à minha conduta.
O que a coordenação / instituição não sabe e não quis saber é que pensava em pedir licença, pois vou para um estágio-sanduiche na Europa. O que disse e sempre deixei claro é que minha prioridade é o doutorado em andamento. Todo o semestre fiquei bastante inseguro com as notícias que corriam: diminuição de salários, salários atrasados, 13o, fechamento do Campus Nova Lima, administração centralizada em SP, etc (e ainda nos chamam de preguiçosos...). Portanto, não achava que deveria investir muito ai ... Saibam que perdi uma bolsa de doutorado uma semana antes de receber o telegrama porque não poderia ter carteira assinada. Se tivessem me sinalizado ...
Fica para mim o enorme prazer que foi conhecer os colegas professores e os alunos - que são os que mais sofrem com a situação...
Aos coordenadores e administradores fica a questão: como educar sem valorizar e preservar as relações com aqueles que são os mediadores entre alunos e instituição - os professores? O que acontece(u)? Falência administrativa e das relações?
A relação instituição/professores só existe na medida comercial? Ou na medida que são aceitas as condições sem questionamento? Demonstração de poder? (Raquel, mas não achei bakana a forma como conduziu o processo. Até hoje aguardava um contato seu). Isto é educação?
Aos colegas professores, vou sentir saudades dos nossos encontros.
Mas, não vai faltar novas oportunidades de troca. Tudo de bom e Feliz 2010!
Samy Lansky
arquiteto
(31) 3291.8536

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009



Hoje é o ultimo dia de aula para nós, ou seja, férias!!! E pode até parecer estranho mas decidimos que se a gente entra de férias, o expurgância também.
Fazendo um balanço do primeiro semestre do expurgância só podemos concluir que foi positivíssimo. De um blog anônimo com suas humildes pretenções passamos
a divulgadoras das principais idéias da faculdade acessados não somente pelos alunos da nossa turma, como por todos da faculdade,
incluindo professores e coordenação, e até mesmo de outras instituições.

Planejamos a semana pirata, organizamos a oficina de infláveis com o prof. Paulo, arrecadamos dinheiro de sala em sala, vendemos brigadeiro (queimado rs...),
fizemos entrevista com os professores, divulgamos dezenas de eventos em BH, fomos pra Brasília, lançamos o projeto ouvidoria. Até que foi bastante coisa e esperamos que no próximo semestre seja muito mais.

Desejamos boas férias para todos. QUe tudo que a gente conseguiu nesse semestre não seja esquecido.
Que as reuniões entre alunos e professores sejam produtivas e tragam as tão esperadas mudanças.
No mais é isso. Bom Natal, Feliz ano novo e no mais daqui a pouco a gente inventa alguma coisa.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

To the pirates

Recebemos esse texto de um dos pirates da faculdade. É o mesmo texto que o Adriano cita em sua carta. Vale a pena ler.

Pirates' relationship to black sailors was peculiar. On the one hand, pirates' attitudes toward blacks don't appear to be different from their lawful contemporaries' attitudes toward them. Pirates took slaves, held slaves, and sold slaves. On the other hand, some pirates displayed significantly more tolerant behavior toward blacks. Upward of a quarter of the average pirate crew may have been black. Many of these sailors were former slaves and at least some os them were treated on equal terms with white sailors in the pirate crews they sailed with. They had equal voting rights in the pirates' democracy and likely received an equal share of the pirates' plunder. This is specially remarkable since, on the surface, pirates had nothing holding them back from enslaving black sailors they captured - bondsmen of free.

The simple logic of the "dispersed benefits and concentrated costs" of slavery on pirate ships may explain pirate tolerance. Since the benefits of enslaving a black sailor on a pirate ship were divided among its many free crew members and a substantial part of the potencial costs of enslavement, namely the increased odds of a pirate crew's capture, was borne fully by each free crew member, pirate slavery was sometimes unprofitable. This wasn't always true. But sometimes the invible hook led pirates to display a racial progressivism in practice that didn't accord with the racial views in their mind.

Repercussão

A demissão do professor Adriano na ultima semana culminou numa série de acontecimentos e manifestações por parte dos estudantes do Izabela. Inconformados a tempos com outras questões como a falta de organização das secretarias, tesouraria, posicionamento da coordenação e direção e falta de equipamentos e infra-estrutura, a demissão de um professor foi o estopin. Creio que muita gente esperava a tempos uma manifestação desse tipo, que com certeza mostrou que somos alunos conscientes, que não vão ficar de braços cruzados aceitando qualquer decisão tomada pela direção. É um começo, e é hora do focarmos no que realmente queremos: melhorar a faculdade.

Por mais que alguns condenem coordenação, diretoria e professores, no que o Izabela mais peca é na falta de diálogo com seus alunos. Não sabemos oque está acontecendo, se têm algum plano gestor sendo seguido, novas propostas (assim como o Adriano fala em sua carta de várias propostas que enviou, muito possivelmente outros professores fazem o mesmo, das quais nunca ouvimos falar.), se algo está sendo melhorado ou não. Não estamos a par do que é decidido em relação ao nosso próprio curso (das coisas importantes, não aquilo que é colocado no site), e se os ultimos acontecimentos fizerem com que nossas reinvidicações sejam ouvidas e, dentro do possivel, atendidas, será uma vitória.

Com esse objetivo nós do expurgância (Carolina Sobrinho, Larissa Lopes e Sofia Trópia) redigimos um manifesto (afixado no atelier/ cópia ao final do post) que resume nossa opinião sobre o assunto. Não somos a favor de ataques pessoais a coordenação e diretoria muito menos qualquer tipo de humilhação aos mesmos.
Somos a favor do diálogo que culmina em mudanças.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Carta enviada pelos alunos ao Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix

Essa carta foi elaborada pelos alunos presentes na reunião nos dias 07 e 08 de Dezembro no atelier, demonstrando seus desejos e anseios por uma faculdade melhor. O objetivo dessa reunião foi montar um corpo de estudantes que possa representar os alunos frente a nossa faculdade, cinco alunos devem ser escolhidos para participar da reunião do colegiado na quarta - feira dia 09 de Dezembro.

Por favor deixem sua opinião, sendo ela negativa ou positiva, só assim iremos conseguir algo que seja de um desejo coletivo.

À Coordenação e reitoria do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix.

Os alunos, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, para o qual foram admitidos, desejosos de obterem uma formação que lhes permitam ascender a lugares na sociedade, vêm, por este meio, manifestar nossa insatisfação diante de algumas posturas, propostas pedagógicas e questões administrativas da instituição que consideramos desrespeitosas e insuficientes.
1. Sobre nossos desejos e expectativas.
Todos nós, estudantes do curso de Arquitetura, fizemos opção para uma área de atuação que é baseada em percepção das diferenças, em trocas, em saber utilizar isso de forma crítica, criativa e criadora. Acreditamos que para isso uma Escola de Arquitetura precisa estar explicitamente constituída nessas bases e dispor de uma proposta curricular e pedagógica que ampare esses princípios.
Temos percebido um esvaziamento na proposta do Izabela Hendrix e, como alunos, acreditamos sermos co-responsáveis pela instituição. Afinal, é da escolha que fizemos para as nossas vidas que estamos tratando e é importante que haja uma interface entre o lugar do corpo discente e os outros lugares que compõem a instituição (corpo docente, administração, coordenação, enfim...),para que todos possam ser acionados em busca de um projeto de melhoria.
A ideia do diálogo que queremos estabelecer tem em vista efetivar esses desejos e nos por para frente. Precisamos de espaço, voz, interlocução e participação. Valores esses, essenciais para uma vida acadêmica que nos acrescentará experiências.
2. Sobre as aulas, o sistema de ensino e o sistema de avaliação.
2.1 Sobre a proposta pedagógica.
Temos percebido a falta de identidade na proposta pedagógica: O que foi eleito como objeto de ensino? Como as práticas de ensino são efetivadas? Que coerência há entre as praticas de avaliação e as praticas de ensino?
2.2 Sobre as atividades extracurriculares e atividades fora da faculdade.
O Izabela promove determinadas atividades que se por um lado poderiam ser mais intensas, por outro lado não ganham conhecimento da massa de alunos uma vez que a divulgação é ineficiente. Muitos alunos sequer têm conhecimento da existência de alguns eventos e atividades que acabam ficando restritas a um grupo privilegiado. É preciso criar um mecanismo mais eficiente.
Foram feitas inúmeras tentativas de realização de eventos, grupos de discussão, encontros, enfim, atividades que devem fazer parte da vida acadêmica pelo seu caráter questionador. Muitas dessas iniciativas foram tolhidas pela instituição que parece ver nesse tipo de propostas uma ameaça.
Ao nosso ver esse tipo de restrição desvaloriza o ambiente acadêmico, que é um espaço que deveria estar aberto para a diversidade de idéias e de práticas.
3. Sobre as instalações físicas.
Acreditamos que as instalações físicas de um ambiente destinado ao aprendizado seja proporcional à qualidade do ensino que ali é transmitido. É de extrema importância o bom funcionamento dos equipamentos envolvidos numa atividade que exige tamanha atenção.
Nós alunos da Arquitetura queremos ressaltar nossa extrema insatisfação com os equipamentos oferecidos pelo Izabela.
3.1 Os laboratórios de informática
Não existem laboratórios suficientes para atender a todos os cursos e os laboratórios existentes não permitem a realização de certas atividades, inclusive atividades que são exigidas para a nossa formação, não só pelo mercado que enfrentamos fora da faculdade, mas também pela própria instituição.
Além de tudo isso, o mal funcionamento de equipamentos como o ar condicionado, faz com que seja praticamente impossível permanecer dentro desses ambientes, tamanho é o desconforto.
3.2 A biblioteca
A biblioteca da faculdade não apresenta um atendimento e nem um sistema eficiente. Diariamente os alunos são vítimas de destratos e cobranças de dividas inexistentes, além de encontrarem muita dificuldade em encontrar o que estão procurando. O mal funcionamento dos equipamentos também é um problema.
3.3 As salas de aula e atelier.
Assim como os laboratórios de informática, as salas de aula e os ateliês encontram-se num estado que dificulta sua utilização. O mínimo que esperamos de uma faculdade particular é uma boa infra-estrutura. Nesse semestre, por exemplo, fomos impedidos de assistir a várias aulas pois as salas estavam inundadas.
4. Sobre os instrumentos de uso didático.
O curso de arquitetura envolve inúmeras atividades com um grau de complexidade que exige uma certa sofisticação dos equipamento necessários para o seu desenvolvimento. Os computadores e programas, necessários para a execução de trabalhos, oferecidos pela faculdade são insuficientes para atender às nossas demandas.
O mal funcionamento dos computadores da faculdade obriga, aos que têm condições, a adquirirem seu próprio equipamento, mas, ainda assim, muitas vezes somos impossibilitados de utilizá-los, já que não existem tomadas suficientes nos ateliês e o acesso a internet, muitas vezes necessário para pesquisa, oscila com frequência.
Além de tudo isso o sistema utilizado para o acesso dos alunos às suas informações de histórico, faltas e aos próprios computadores não funciona e está sempre causando chateações, tanto para os alunos como para os professores.
5. Sobre a secretaria e a tesouraria.
Já é de conhecimento de TODOS a insatisfação geral em relação a secretaria e a tesouraria da faculdade. É absurdo tudo que muitos de nós já passaram ali.
São mensalidades erradas, tempo perdido em filas e mais filas, são matrículas alteradas no meio do semestre, são multas que pagamos por erros que são do sistema. O nível dos absurdos que muitos de nós passamos dentro da secretaria e da tesouraria é criminoso. Os alunos estão sendo prejudicados dentro dos seus cursos, dentro dos seus trabalhos, dentro do seu tempo livre que seja.
Acreditamos que seja necessária a revisão de todo o sistema, inclusive de seus funcionários que tem demonstrado serem incapazes de solucionar os problemas que vêm ocorrendo. É necessário deixar claro para eles o papel que eles representam e a responsabilidade que eles têm perante os alunos, por incrível que pareça, alguns dos funcionários do Izabela são incapazes de, no mínimo, esclarecer dúvidas. Isso é INACEITÀVEL.
6. Sobre a coordenação.
À coordenação, o que temos a dizer está muito ligado ao que foi dito no início desta carta. Acreditamos que as decisões tomadas pela coordenação têm trazido, como conseqüência, uma enorme insatisfação por parte dos alunos em relação a sua formação. Com isso a participação do corpo de estudantes nas decisões se faz muito importante para criar uma veracidade entre as atitudes tomadas e a opinião dos alunos.
A dispersão das turmas e dos professores pelo campus faz com que a troca de conhecimento e informações se perca, os corredores se tornaram apenas um lugar de passagem e o acesso à coordenação, que deveria estar sempre aberta ao diálogo com todas as partes componentes da instituição, está se tornando cada vez mais difícil, cada vez mais burocrático.
7. Conclusão
Queremos que a partir de agora as coisas passem a ser tratadas de forma diferente. Queremos que o desejo por voz, por participação dos alunos e a exigência de melhorias dentro da instituição pare de ser vista como uma ameaça e passe, isso sim, a ser incentivada. Acreditamos que se todos trabalharmos juntos podemos chegar a lugares muito maiores e muito melhores para todos.
Os pontos de que falamos durante essa carta são os que consideramos mais importantes para serem discutidos com mais urgência, lembrando que nós temos consciência de que a efetivação das medidas propostas será um PROCESSO e dependerá do diálogo constante e do apoio de todos. Sabemos da existência de inúmeros outros problemas dentro da instituição, mas acreditamos que não seja sensato esperar solução pra todos instantaneamente. Deixamos claro também que está é uma luta que consideramos ser do interesse tanto do corpo de alunos, quanto da própria faculdade, uma vez que resultará numa relação mais harmoniosa e participativa, apesar de haver momentos em que o confronto de ideias será inevitável. Vamos lutar para fazer o melhor, ambas as partes.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Carta enviado pelo professor Adriano

Carta enviada pelo professor Adriano aos professores e coordenadoria, após sua demissão nessa terça feira. Queremos deixar claro que, a publicação do texto não expressa nossa opinião pessoal sobre o assunto.

Caríssimos,
Foi um dia muito triste da minha vida esta terça feira dia 1º. de dezembro, - claro que por estar deixando o Izabela depois de 21 anos de trabalho como professor, lugar em que cresci, aprendi a ser professor e arquiteto com tantas pessoas fantásticas que conheci e com as quais pude compartilhar este imenso aprender, mas principalmente pela forma como fui demitido.

E fui demitido pela primeira vez na minha vida.

Claro que um dia sairia, iria dar aulas em outras instituições,e não há nenhum problema com isto, como fui convidado e dei aulas em várias outras escolas, como a PUC em diversos cursos de pós graduação, montando o curso da UNA e reinventando o jeito de fazer arquitetura no UNILESTE no Vale do Aço, por sete fantásticos anos, e sendo aprovado no ano passado na UFMG, tudo graças e graças mesmo a toda a história e pessoas que o Izabela me proporcionou. Agradeço imensamente a todos que fizeram esta Escola de Arquitetura.

Agradeço imensamente à Lila que traduzia minhas primeiras tentativas de falas para os alunos, ao Carlos Noronha tão genial, ao Padinha, ao Modesto que me fez chefe de departamento de projetos do Izabela tão menino ainda e que cumpri por três gestões, ao Bahia tão emocionado e emocionante, ao Sérgio Machado pelos tantos embates e discordâncias ferrenhas, à Marilda, tão dura com os alunos e tão competente, ao Rodrigo Meniconi, ao Ulisses e à Hilda, ao mestre Zé Abílio, à Regina que topou diversas viagens malucas comigo e com os alunos, ao Renato que como meu diretor que segurou diversas pisadas na bola que eu dei, ao querido FonFon - que aulas divertidamente fantásticas!, ao João Comunicação que se esforçou muitas vezes para entender e ser cúmplice de minhas propostas pedgógicas, ao Tito, ao reitor Professor Panisset, como aprendi negociar na vida com este homem, negociando dinheiro para o vencedor do concurso do projeto do bolo de 50 anos do saudoso arquiteto Éolo Maia e, ainda depois, ingredientes e uma doceira para fazer o bolo. (o Eolo veio, chorou, e lançamos um jornal crítico à obra do Eolo com projetos dos alunos e projetos dele: chamado “Eolo o rei dos Ventos e os outros ares”), professor Panisset (que lia cuidadosamente cada edição e nunca censurou nada) e o Renato que bancou durante 11 edições o nosso fantástico e polêmico jornal ERR ( “o arquiteto adoecido”, “o arquiteto descarnado”, “o arquiteto ajoujado”, etc.) enviado para várias Universidades do Brasil e elogiado até em Portugal, editado por mim e pelo então aluno Breno (professor Panisset chegou a entregar para o ministro da educação em Brasília, Cristovan Buarque, o número “a escola falha” da trilogia dos ERR falhos) o Clécio, a Fávia Brasil, o Manoel e a Iracema companheiros de QU e tantos outros...

...e saíamos animadíssimos todos depois das aulas para tomar cerveja no Minas Tênis Clube e conversar sobre arquitetura e o nosso curso do Izabela, - até os garçons nos colocarem para fora.

Como me disse no meu último dia a coordenadora do curso professora Raquel: “os tempos são outros”. Fico me perguntando que tempos são estes..., me lembro da querida mestre arquiteta D. Lina Bo Bardi que apontava “uma ‘intellgentzia’ tecnocrática, que esvaziou, com sua falência, a racionalidade posta contra a ‘emocionalidade’, num fetichismo de modelos abstratos que encara como iguais o mundo das cifras e o mundo dos homens”, - e isto dito à quase 30 anos atrás em Tempos de Grossura: o Design no Impasse.

Hoje tenho aprendido muito com outros e novos companheiros, (alguns foram meus ex alunos), Monique que virou mais que sócia, mais que amiga e que se apavorava quando eu expunha e contava os nossos casos com os clientes para os alunos, com a sabedoria do Célio e as longas caminhadas e conversas depois da aula, com a grandeza do Rocio que soube entender e aceitar as imensas e tantas diferenças nos nossos modos de fazer e pensar, com o Marcelo e uma tentativa heróica de fazer um atelier no 1º. primeiro semestre dos calouros, completamente diferente de tudo que já havíamos experimentado, com o Paulo que me disse que os seus melhores projetos duraram 15 minutos, com a Karine, com a Paula, com o ranzinza do Fred,....

Não quero crer que como disse a professora Raquel que “os tempos são outros” e “não temos mais tempo” para isso. Não a conheço como pessoa e não é nada pessoal o que escrevo, - ela não se fez conhecer nestes anos de coordenadora, nem aos professores nem aos alunos que até hoje reclamam não saber quem é a coordenadora do curso, e que quando ‘precisam’ falar com ela é tanta a dificuldade que desistem e que nunca foram recebidos nem no 1º. dia de aula com um boas vindas, - eu mesmo nunca tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente e quando a procurei e ou escrevi nunca havia muito tempo e as respostas , sempre foram muito burocráticas. Mas como não a conheço talvez ela seja vítima de algum ‘sistema’ da qual ela faça parte.

Já que não havia tempo para conversar também no dia da minha demissão, pois o que eu tentava saber, entender ou conversar... “não vem ao caso”, eu disse para a coordenadora e para alguns dos membros da coordenação que lá estavam que eu então escreveria uma carta e enviaria para eles e para os outros professores.

E assim o faço. Depois de 21 anos construindo junto esta escola de arquitetura, tendo orientado 48 projetos finais de graduação, algumas pesquisas de iniciação, organizado e feito tantas e tantas viagens de trabalho com os alunos (Ouro Preto, São Paulo, 9 vezes para Tiradentes, fregueses do Zé Renato e da Beth e de seus mais deliciosos cafés da manhã na Pousada da Terra, 5 vezes para Cataguases, e como não esquecer do ato antropofágico feito com o grande arquiteto e professor Augustin de Tugny, um ritual de chegada para o arquiteto francês em sua primeira escola de arquitetura no Brasil) e para tantos lugares, inventado e organizado festas (não posso deixar de lembrar da ‘discoteca do chacrinha’, fazendo tantos professores pagarem micos homéricos no show de calouros para arrecadar tintas para o projeto de um aluno que pintaria com as crianças da favela um muro de 3 kms. na Favela do Canão), desenvolvido e coordenado, com a Monique, por 3 anos o projeto QU, em nossa pequena sede, reformada por nós em parceria com a prefeitura de Nova Lima, e que possibilitou a 36 alunos experiências fantásticas de aprendizado (e que muitos deles ainda hoje trabalham em diversas outras prefeituras com princípios de projeto que construímos ali. Fora a amizade e a troca que com muitos dura até hoje).

Hoje, na minha tristeza e sozinho em casa, chorando pelas boas lembranças que me vieram todas ao mesmo tempo, sinto o direito e o dever de falar e de lembrar cada uma destas histórias..., e assim compartilhá-las com vocês, pois não temos tido muito espaço mais para isso.

Não falo isto por vaidade ou para me gabar do que fiz, mas creio que são estas pequenas rugosidades, estas pequenas histórias guardadas na memória que fazem a história de uma instituição, - como creio que cada um dos que se envolveu e se dedicou ao Izabela têm tantas histórias memoráveis como estas e eu adoraria sentarmos todos para contarmos e ouvi-las jutos, e lembrarmos dos nossos alunos e amigos que se foram.

Eu me orgulho muito do que fiz e vivi aqui no Izabela com cada um.

E eu escrevo como educador, arquiteto e um apaixonado pela arquitetura, e cada vez mais ciente da importância desta velha, gorda, e pachorrenta amiga e amada para cada um de nós e para o nosso planeta nos dias de hoje. Escrevo por estar aqui e não querer sair do Izabela assim, - pois aqui é/foi a minha casa, é/foi a minha escola, aqui eu conheci pessoas fantásticas para a minha vida, namorei, casei, tive um filho e mais um tanto de coisas. Escrevo por uma prática de educação que eu acredito, por uma Escola de Arquitetura com maiúsculo, para meus alunos e todos os ex-alunos que tive, para meus colegas de profissão, para os meus quatro filhos.

Andava triste sim no Izabela, como muitos me abordaram, me angustiava muitas vezes ver esta minha escola, a minha Escola de Arquitetura hoje assim tão sem uma proposta, sem diálogo entre os professores, sem uma coordenação que propusesse ou discutisse um projeto pedagógico. Ver meus alunos em aulas inaugurais promovidas pela coordenação sem nenhuma consulta aos professores, assistindo profissional que faz 70% dos projetos de seu escritório de graça para captar 30% posteriormente, desvalorizando e reduzindo assim o que se paga por fora para um arquiteto: apenas 0,28% do valor da obra que ele projetou, monopolizando e praticamente impossibilitando o acesso dos novos arquitetos ao mercado, ou o arquiteto que faz lojas e casas para a mais alta elite econômica da cidade e cobra um absurdo por isto.., - não dei conta de me calar, - disse não e escrevi na época uma carta endereçada a coordenação do curso (que apresento aqui em anexo e como também a resposta dada pela professora coordenadora e pelo reitor) perguntando que proposta pedagógica, que arquiteto e que arquitetura queríamos ‘vender’ para os nossos alunos.

Recebi um justo puxão de orelhas do nosso reitor, dizendo que o lugar da escola é o lugar para a fala de todos.

Compreendi, entendi e concordei.

E propus que estas falas se fizessem numa mesa aberta, no chão, na grama debaixo da árvore do pátio, em um debate. Escrevi e convidei todos os membros da coordenação para então iniciarmos esta escuta de todos, para a grama, para debaixo da árvore do pátio e promovi semanalmente com os meus alunos a escuta de diversos arquitetos sobre o seu trabalho, o seu prazer em trabalhar, se eram felizes, como ganhavam dinheiro, como viviam.

Foram mais de 50 profissionais que voluntariamente aceitaram o nosso convite, sem nada receber, e se sentaram em nosso jardim, - sensacionais e emocionantes depoimentos! Da coordenação veio a Karine, veio Tito, veio a Ângela em dias diferentes e falaram do arquiteto que eram. Infelizmente a coordenadora professora Raquel nem respondeu ao nosso chamado e nós nem ficamos sabendo se ela é ou não feliz em ser arquiteta. Talvez ela “não tivesse tempo” ou isto “não vem ao caso”.

Daquelas aulas inaugurais tinha ficado apenas o desconforto de ver um Izabela hoje tão pulsante, tão novo, com tantas pessoas que antes não tinham acesso à universidade, que não podiam freqüentar o Izabela, vindas de bairros mais distantes, nossos colegas bem vindos do Haiti, de Kosovo (fantástico conhecê-los e aprender tanto com suas histórias), lugares com tantas dificuldades, pobreza, cheia de sonhos, escutando, do alto do palco no auditório, sem chance de escutar um outro lado, sem debate, aquela figura/imagem de arquiteto assim iluminada, tão rica e distante.

Me lembro de quando o atual reitor chegou e falou de uma escola aberta aos negros (tínhamos pouquíssimos no Izabela até então), aberta às diferenças, aos travestis (veja o que o reitor falou: olhando para nós professores e perguntou se haviam negros, estrangeiros ou travestis entre nós e que isto seria bem vindo, e nós todos com aquela cara pálida de classe média branca), aberta aos estrangeiros.

Quando os muros da escola ficaram baixinhos, as catracas e as câmeras de vigilância sumiram, lembro-me que participei de uma ‘calourada’, de uma festa que a muito eu não via no Izabela. Terminamos a noite fechando a Rua da Bahia, anunciando a novidade e pedindo um trocado para comprar mais uma cerveja, pois ninguém mais tinha um tostão.

Acreditei que era uma outra escola, me animei muito em ver aquilo pela primeira vez no Izabela.

Mas a escola de arquitetura se mostrava a mais fechada, a mais ensimesmada, a mais autista. Justo uma das mais antigas da instituição, justo a de arquitetura que deveria abrigar e abrir suas portas para todas as outras, chamá-las para compartilhar projetos e trocar conhecimentos. Ir para fora dos muros agora baixinhos, para a rua, para a cidade.

Propor parcerias, ofertar disciplinas, receber outras.....

Neste semestre, na semana de arquitetura, diante da programação oficial da coordenação da escola, “Classificados”, alguns alunos me procuram, fruto de muitas conversas sobre arquitetura, e sentiram falta da presença e da fala de muitos ‘desclassificados’ deste mercado de arquitetura que tratava a semana. Organizamos juntos uma programação, que os alunos chamaram de “pirata”. Convidei junto com os alunos a turma das Brigadas Populares e moradores de alguns assentamentos e fizemos no jardim um debate fantástico. Quisemos chamar outras pessoas e multiplicar a semana com outras visões o que não foi bem visto pela coordenação. Alunos foram chamados à atenção, boatos estranhos circularam, ameaças, coordenação nervosa, reuniões nervosas...., sinceramente não entendi porque. A melhor coisa que poderia acontecer em uma semana de arquitetura em uma escola seria ver alunos e professores espontaneamente querendo produzir coisas para somar à programação oficial.

Antes, na aula inaugural do semestre a coordenadora do curso já havia dado sinais da sua ordem disciplinar e de sua tolerância às diferenças. Quando depois da palestra fantástica da professora Monique, começamos um debate sobre arquitetura e formação do arquiteto e o que poderíamos fazer na escola por isto, e quando os alunos mais queriam falar e entravam no debate, rompida a timidez do auditório, a professora Raquel interrompeu a fala dos alunos e disse que deveríamos sair do auditório às 21 horas e que não poderíamos ficar mais. Logo em seguida perguntei ao funcionário responsável pelo auditório se havia alguma coisa marcada para depois e ele me disse que não e que poderíamos ficar até as 22:30 horas. Mas a professora Raquel já ‘convidava’ todos para saírem, agradecia a palestrante e encerrava a seção. Tão poucas oportunidades tínhamos de reunir nossos alunos e discutir sobre os nossos desejos, o que poderíamos querer e o que fazer...., não, não podíamos, era “deselegante com a palestrante”. Pois a palestra falava disto, fazia-nos pensar, querer, desejar, mudar....

Na minha tristeza com o ambiente fechado da escola de arquitetura do Izabela, com a claustrofobia acadêmica produzida (e são muitos os professores que reclamam todos os dias disto na porta da escola), comecei a ir cada vez mais para a rua com os alunos, visitar a cidade, as coisas que acontecem, o que foi e é ótimo também.

Só neste 2o. semestre de 2009 fui com os alunos à Serraria Souza Pinto ao recém inaugurado espaço cultural 104 tecidos, à loja do Ronaldo Fraga projeto do Paulo, à livraria Scriptum meu projeto, à pça Raul Soares reformada,aos projetos novos para a pça da Liberdade (conversei com o Max e a Marta arquitetos responsáveis pela restauração da Secretaria da Fazenda e muito meus amigos e consegui estágio para 8 alunos meus do Izabela que me disseram se interessar por restauro), ao edifício da Rainha da Sucata, ao edifício Casa Blanca, à Escola de Arquitetura da UFMG, ao festival de dança FID, ao MIP de performances, ao TATO de teatro de objetos, ao Fórum DOC de cinema documentário etnográfico, ao Museu Inimá de Paula, à exposição do Le Corbusier, no Museu do Museu, à exposição do Vic Muniz...., e mais outras como parte de uma das minha disciplinas. Além dos vários profissionais, arquitetos, psicanalistas, artistas, restauradores, que eu trouxe ao Izabela para conversar com os meus alunos.

Neste semestre 5 turmas (minha e de outros professores) diferentes vieram à minha casa aqui no JK e apresentei para eles o edifício do Niemeyer.

Neste semestre apresentei em pequenas palestras expositivas 3 vezes meus projetos no Izabela de casas baratas/alternativas, casa postes duplo T, palafita, de eucalipto, de placas da Ghetalfilm, para meus alunos e de outras disciplinas.

Neste ano dei 4 oficinas de marcenaria, duas na PUC e duas na Federal, todas gratuitas, e convidei e tive o prazer de ter a participação de alunos meus do Izabela nestas atividades.

Neste ano propus, nas poucas aberturas que tive de propor alguma coisa, 5 diferentes disciplinas de tópicos especiais com uma oficina de marcenaria (que ficou impossível pela falta do laboratório, Marcelo me sugeriu fazer no Campus Nova Lima mas ficava muito fora de mão)

Enviei semana passada para a coordenação da arquitetura e para a de pós graduação uma proposta de curso: “DESIGN DE PROJETOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL”. (deu muito trabalho montar)

Sempre que fui chamado pela coordenação trabalhei e apresentei propostas, mesmo sem receber nenhum retorno sobre elas. Tendo inclusive participado e trabalhado por 2 meses intensos na montagem do currículo que hoje praticamos, escrevendo ementas, redigindo propostas, ajustando, reescrevendo, etc.

Ajudei e participei com o Paulo da oficina de infláveis no sábado de manhã inclusive trazendo 2 dos meus filhos para a escola, o André de 5 e o Lucas de 24 para participar. Mais alunos meus da UFMG e da Engenharia Ambiental da FUMEC.

Neste semestre propus e me dispus a organizar uma exposição, um debate com todos os alunos da escola e uma maratona de projetos, e apresentar com os alunos premiados no recente concurso de habitação populares 2 casas minhas premiadas em concursos da Caixa Econômica Federal para Alternativas de Moradia no Brasil. Proposta que encaminhei para a coordenação não tive nenhuma resposta, mas fui procurado pelo equipe dos alunos premiados que adoraram a idéia.

Neste semestre propus apresentar no Izabela o trabalho que fui convido a apresentar na Bienal da Coréia representando a arquitetura brasileira com mais nove arquitetos onde os Srs. oficiais marceneiro, serralheiro, e pedreiro, onde os corpos de anos de trabalho do Sr. Vicente, Sr Clenones e Sr. Miro, que fazem comigo a nossa arquitetura foram os meus painéis apresentados .

Também sem nenhuma resposta da coordenação.

Foi um semestre muito cheio.

Perguntei o porquê da minha demissão e a professora Raquel disse que havia reclamações na ouvidoria de alguns atrasos, e que já haviam acontecido outras vezes, e algumas ausências, mas de novo, “isto não vinha ao caso” e que eu assinasse a carta de demissão. Realmente faltei algumas poucas vezes este semestre por problemas que às vezes ocorrem com qualquer um. Disse que alguns alunos reclamaram que eu não fazia chamada toda aula...., e só. É incrível que todos os meus alunos fizeram todos os trabalhos das minhas disciplinas e fizeram muito bem, alguns até muito mais do que foi pedido. Participei de bancas deles em disciplinas de projeto (de outros professores) e pude constatar que desenvolveram bem nos projetos questões que discutimos teoricamente

Não tive nenhuma reclamação direta de nenhum aluno sobre nada este semestre e vamos fechar bem as disciplinas.

Acho que o papel de uma coordenação se há alguma reclamação deveria ser chamar o professor e comunicá-lo o quanto antes. Isto também não ocorreu por parte da coordenação. Perguntei sobre isto e eles disseram que preferem contornar as coisas por eles, alguns alunos são problemáticos, etc.

Fui chamado atenção em uma época em que precisei viajar a trabalho para Salvador uma única vez anteriormente e a muito tempo atrás quando o Glauco ainda era professor da escola.

Fui sim algumas vezes sim desestimulado e preocupado para a escola e dava preguiça de chegar lá. A escola de arquitetura com sua falta de proposta me desanima sim.

Somos jogados como professores cada semestre para uma disciplina, em horários diferentes, sem saber nada antes, com quem vamos dar aula, muitas vezes com redução de carga horária ou situações que não se pode nem saber porquê, nada é claro, ninguém diz saber muito bem nada, tudo extremamente burocratizado, no semestre seguinte já não estamos mais na disciplina..., tudo só ‘racionalidade’ e ‘mundo dos números e das cifras’ como diz d. Lina.

Sei que às vezes a minha proposta pedagógica pessoal é meio anárquica. Faço algumas coisas que não são tão curriculares, dou aulas na rua, debaixo da árvore do pátio, sentado na grama vou visitar outros lugares, levo alunas para a sala de outros professores, atendo alunos de outros ateliers, levo alunos para minha casa..., mas, depois de 21 anos dando aulas nunca tive reclamações sobre isto, pelo contrário muitos gostam muito e tenho amigos até hoje dos vários anos que dei aula. Eles me procuram sempre quando têm dúvidas profissionais.

Tive pouquíssimos problemas com alunos também, sendo que o único que me lembro, foi com uma aluna a poucos semestres e tentei contornar com toda a disposição com a professora Raquel e Sandra.

Mas nunca deixei de entregar meus diários em dia no final de cada semestre e nunca tive problemas com as secretarias.

Mas acho um tanto absurdo que as duas últimas reuniões que tivemos, das únicas com a coordenação neste ano, onde além da distribuição burocrática do papel de cada um ficou-se exemplificando e discutindo como controlar os alunos, fazendo chamada no início e no final da aula, etc. As duas reuniões, uma em cada semestre a mesma discussão.

Curiosamente recebi da professora Ângela neste mesmo dia da minha demissão, um texto incrível que o reitor pediu para me entregar também. Ele mesmo já havia falado antes comigo rapidamente no pátio. Um texto sobre os piratas que transcrevo aqui uma pequena parte:

Pirates’ relationship to black sailors was peculiar. On the one hand, pirates’ attitudes toward blacks don’t appear to be different from their lawful contemporaries’ attitudes towards them. Pirates took slaves, held slaves, and sold slaves. On the other hand, some pirates display significantly more tolerant behavior toward blacks. Upward of a quarter of the average pirate crew may have been black. Many of these sailors were former slaves and at least some of them were treated on equal terms with white sailors in the pirate crews they sailed with.

They had equal voting rights in pirates’ democracy and likely received an equal share of pirates’ plunder. This is especially remarkable since, on the surface, pirates had nothing holding them back from enslaving black sailors they captured-bondsmen or free.

Infelizmente algumas rainhas da Inglaterra, nos seus tronos distantes, não suportam os negros, nem nunca vão entender a democracia dos piratas. Deus salve a rainha!

Eu me preocupo com a ‘minha’ escola de arquitetura, com o projeto de escola que é compartilhado com os alunos e com os arquitetos que estamos formando.

E também agradeço muito, pois foi aqui e é com dinheiro que recebi pelo meu trabalho aqui no Izabela que paguei e pago os planos de saúde, as escolas e as coisas que demandam um filho, dos meus 4 filhos. E é para eles que eu também escrevo tudo isto, pois espero que eles também cheguem um dia a uma universidade e eu sinto que sou e sou responsável pela escola que estou deixando para eles.

Aos professores da Escola de Arquitetura, lutem pela escola de vocês e pela futura escola de seus filhos.

E agora como professor da escola de arquitetura da UFMG, uma escola pública, queria dizer que aquele espaço esta e estará aberto para todos. Serão sempre bem vindos lá. E digam para os estudantes do Izabela que desejarem, podem sempre ir assistir as minhas aulas lá que me farão muito feliz, - as portas da sala de aula estarão sempre abertas.... e podem chegar um pouquinho atrasados e nem precisam responder chamada porque não é o controle da chamada que garante uma boa aula nem uma boa formação.

Abraços a todos,

Adriano.
Inté,
nos encontramos por aí, e estou a disposição,

- inclusive para a aula inaugural do ano que vem que o Marcelo, um dos alunos da equipe que foi premiado com a proposta de alternativa de casa em Recife me chamaram hoje para apresentar junto, minhas casinhas experimentais.